Conto Dois
Quando saí de casa senti o abraço frio da madrugada. Vesti a capa sobre os ombros e acendi o pequeno-almoço, 1,31 miligramas de nicotina para alegrar o dia.
Ao dobrar a esquina deparei-me com um tipo que me lembrava um Bulldog, de olhos nervosos, a forçar a fechadura duma viatura que para ali se encontrava. Quando me viu ficou paralisado, com a dúvida a brilhar por detrás dos seus olhos. Quase podia ouvir as engrenagens no seu cérebro a girar, tossir e morrer. Concedi-lhe um aceno de cumplicidade e segui o meu caminho.
Ele fazia o seu trabalho e eu ia fazer o meu.
Dias passados à mesma hora e na mesma esquina deparei-me com o mesmo tipo a quebrar o vidro do meu velho mas impecável Mercedes negro. O gajo deu por mim e acenou-me cumplicemente. Quando senti o coice do canhão e enquanto os seus poucos miolos dançavam no ar, dei por mim a contemplar que ontem à noite havia deixado o carro na garagem...
Quando saí de casa senti o abraço frio da madrugada. Vesti a capa sobre os ombros e acendi o pequeno-almoço, 1,31 miligramas de nicotina para alegrar o dia.
Ao dobrar a esquina deparei-me com um tipo que me lembrava um Bulldog, de olhos nervosos, a forçar a fechadura duma viatura que para ali se encontrava. Quando me viu ficou paralisado, com a dúvida a brilhar por detrás dos seus olhos. Quase podia ouvir as engrenagens no seu cérebro a girar, tossir e morrer. Concedi-lhe um aceno de cumplicidade e segui o meu caminho.
Ele fazia o seu trabalho e eu ia fazer o meu.
Dias passados à mesma hora e na mesma esquina deparei-me com o mesmo tipo a quebrar o vidro do meu velho mas impecável Mercedes negro. O gajo deu por mim e acenou-me cumplicemente. Quando senti o coice do canhão e enquanto os seus poucos miolos dançavam no ar, dei por mim a contemplar que ontem à noite havia deixado o carro na garagem...