terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

O ultimo filho de Adão… e já agora… de Eva…

Joaquim Carpinteiro com um último retoque de génio completou o pilar maciço de macacos do nariz.

Contemplou-a à distância da base até ao pico, a sua base castanha da porcaria agarrada e o topo de um verdinho vivaço e virgem vindo directamente das suas mucosas. Foi com orgulho que se deu conta a comparar a sua pessoa com os grandes génios do Renascimento e a ponderar o que havia sentido Miguel Ângelo ao terminar O David.

Quando se é o ultimo homem da terra não há muito que se possa fazer. Joaquim fazia o que podia para afastar o tédio.

Barba aparada, duas vezes ao dia.

After shave… sempre.

Unhãca do pé cortada rentinha.

Fumar uma ganza.

Apreciar uma boa cagada...

Tentar não borrar as bordas.

Preparar um bom repasto.

Ver se dá para apreciar outra cagadela.

Dormir a boa da sesta.

Acordar com treçolho.

Outra ganzita, esta para despertar.

Apreciar o Silêncio no telhado.

Fisgar o pombo.

Ver porno.

Fumar ganza.

Ver porno.

Repasto.

Tequilla.

Desmair.

Acordar.

Novo dia.

O dia tinha começado como todos os outros com a pequena excepção que na parte do Silêncio Joaquim ponderava se havia de estoirar o tico e o teco com arma de fogo, ou como ele dizia, acabar à cowboy, ou então fingir que tinha sido sem querer quando tropeçasse no telhado e se esborrachasse todo lá em baixo.

Surpresa é um eufemismo, mas vamos dizer que foi o que sentiu quando ouviu a campainha tocar.

Foi com uma mão trémula que abriu a porta a três mulheres de seios salientes e de brilho guloso nos olhos que desmascara qualquer fufa.

A brigada da fufice vinha reivindicar o seu direito à fufice de um mundo livre de homens. Joaquim convidou-as a entrar e mostrou-lhe a casa e a sua obra, que reconheceu com uma extensão da sua pessoa. Interrogou-se se os rumores do esquadrão de eliminação era verdadeiros, em que a dita eliminação era praticada através dum bacanal até à morte. Esse pensamento trouxe-lhe um sorriso alegre à cara e efectuou uma alteração no topo do seu top de maneiras fixes de um gajo morrer.

Ofereceu-se para preparar um chá que depois o sorveram em uma pequena sala de estar em silêncio, silêncio esse que foi quebrado com o tombar dos três corpos de fufas inconscientes.

Joaquim arrastou-as até a um pequeno alçapão e desceu-as uma a uma. Para lá do alçapão encontrava-se uma miríade de mulheres acorrentadas e a trabalhar. Coser, varrer, cozinhar, construir era o seu lema. Mais para o fundo uma cresce com os seus filhos. Noutra ponta rapazes mais velhos ensinavam os mais novos a lutar. Joaquim deu por si a pensar se foi orgulho que Miguel Ângelo sentiu  e deu por si a transbordar dele.

A campainha tocou. Surpresa? Vamos supor que sim…



 

3 comentários:

Anónimo disse...

gostei!eu revi esse jaquim num tal de rike.
este conto é certamente um pequeno compacto biografico do autor.

Aquarius disse...

Oh Campos, isso é devassa da vida privada fazer essas revelações ;)

Anónimo disse...

eu acho que o filho é só do Adão, o gajo era um cabrão!!
Está giro ó emigras
Do teu mano preferido